segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CEDER


Por que será que nos lamentamos tanto quando
nos decepcionamos, perdemos e erramos?
 
O  mundo não acaba quando nos enganamos;
ele muda, talvez, de direção. 

Mas  precisamos tirar partido dos nossos erros.  
Por  que tudo teria que ser correto, coerente,
sem falhas?
 
As  quedas fazem parte da vida e do nosso
aprendizado dela.

Que dói, dói. Ah! Isso não posso  negar!
 
Dói  no orgulho, principalmente. 
E  quanto mais gente envolvida, mais nosso  orgulho dói.
   
Portanto,  o humilhante não é cair, mas permanecer
no chão enquanto a vida continua seu  curso.
   
O  problema é que julgamos o mundo segundo
nossa própria maneira de olhar e nos  esquecemos
que existem milhões e milhões  de olhares diferentes
do nosso.
   
Mas  não está obrigatoriamente errado quem pensa
diferente da gente só porque pensa diferente.
 
E  nem obrigatoriamente certo.
 
Todo  mundo é livre de ver e tirar suas  próprias
conclusões sobre a vida e sobre  o mundo.
Às vezes acertamos, outras erramos.
E somos normais assim.
  
Então,  numa discussão, numa  briga,
pare um segundo  e pense: "e se  eu estiver
errado?" 
É uma possibilidade na qual raramente queremos
pensar.  Nosso "eu" nos cega muitas vezes.
  
Nosso  ciúme, nosso orgulho  e até, por que  não,
nosso amor?
 
Não  vemos o lado do outro e nem queremos  ver. 
E  somos assim, muitas vezes injustos tanto  com
o outro quanto com a gente mesmo,  já que nos
recusamos a oportunidade de  aprender alguma
coisa com alguém.
  
E  é porque tanta gente se mantém nessa  posição
que existem desavenças, guerras,  separações.  
Ninguém  cede e as pessoas acabam ficando sozinhas.
  
E  de que adianta ter sempre razão, saber  de tudo,
se no fim o que nos  resta é a solidão?  
Vida  é partilha.
 
E  não há partilha sem humildade, sem generosidade,
sem amor no coração.   
  
Na  escola, só aprendemos porque somos conscientes  
de que estamos lá porque não sabemos  ainda; na vida
é exatamente a mesma  coisa.
 
Se  nos fecharmos, se fecharmos nossa alma  e nosso
coração, nada vai entrar.
E será que conseguiremos nos bastar a nós mesmos?
 
Eu  duvido.
 
Não  andamos em cordas bambas o tempo todo,
mas às vezes é o único meio de  atravessar.
 
Somos  bem mais resistentes do que julgamos;
a própria vida nos ensina a sobreviver, 
viver sobre tudo e sobretudo. 
  
Nunca  duvide do seu poder de sobrevivência!
 
Se  você duvida, cai.
 
Aprenda  com o apóstolo Pedro que, enquanto
acreditou, andou sobre o mar, mas começou a
afundar quando sentiu medo.   
 
Então,  afundar ou andar sobre  as águas?  
  
Depende  de nós, depende de cada um em particular.  
Podemos nos unir em força na oração  para ajudar
alguém, mas só esse alguém pode  decidir a ter fé,
força e coragem  para continuar essa maravilhosa
jornada da  vida.  


Letícia  Thompson

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