quinta-feira, 25 de abril de 2013

Elegância, Henri Toulosse Lautrec


imagem google


"Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja
cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito
além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um
simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de
dormir e se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa
alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas
pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da
fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se
dirigir a frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos
constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem
presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao
receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está
falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É
elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você
teve que se arrebentar para o fazer... Porém é elegante reconhecer o
esforço, a amizade e as qualidades dos outros.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito
elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir
carinho e solidariedade. É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não
há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele
de uma forma não arrogante. É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam
mais que mil imagens...Abrir a porta para alguém é muito elegante... Dar o
lugar para alguém sentar... é muito elegante... Sorrir, sempre é muito
elegante e faz um bem
danado para a alma... Oferecer ajuda... é muito elegante...
Olhar nos olhos, ao conversar, é essencialmente elegante... Pode-se tentar
capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é
improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que
independe de status social: Se os amigos não merecem uma certa cordialidade,
os desafetos é que não irão desfrutá-la." 


Henri Toulosse Lautrec

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