domingo, 16 de junho de 2013

Monsieur Binot, Joyce

Mandala Tibetana (imagem google)


Olha aí, monsieur Binot
Aprendi tudo o que você me ensinou
Respirar bem fundo e devagar
Que a energia está no ar

Olha aí, meu professor,
Também no ar é que a gente encontra o som
E num som se pode viajar
E aproveitar tudo o que é bom

Bom é não fumar
Beber só pelo paladar
Comer de tudo que for bem natural
E só fazer muito amor
Que amor não faz mal

Então, olha aí, monsieur Binot
Melhor ainda é o barato interior
O que dá maior satisfação
É a cabeça da gente, a plenitude da mente
A claridade da razão

E o resto nunca se espera
O resto é próxima esfera
O resto é outra encarnação

Joyce

Ouça e assista ao vídeo também:

http://youtu.be/HKwMLuVjDZE

Joyce  Silveira Moreno, conhecida apenas como Joyce, (Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1948) é uma cantora, compositora e instrumentista brasileira da MPB.

Monsieur Binot foi Vitor Binot, professor de yoga nos anos 60 e 70. A cantora Joyce, uma de suas discípulas, com muita inspiração, sintetizou magnificamente o que Monsieur Binot nos legou em uma das suas canções.

Há pessoas que ouvem uma voz dentro de si e, simplesmente, a seguem. Com o jovem Vitor foi assim. Filho de uma radialista famosa, Yara Salles, ele, simplesmente, partiu num avião rumo à Índia onde seria iniciado como monge budista. Naquela época, a sociedade ainda não aceitava bem as religiões orientais e criou-se todo um debate em torno do assunto que perdurou por meses.
O tempo passou, a TV exibiu uma entrevista com um homem na faixa dos seus trinta anos numa noite inesquecível, finais dos anos setenta. Rosto tranquilo e sorridente, Vitor Binot respondeu a todas as perguntas enfatizando da sua emoção quando entrou pela primeira vez no templo onde passaria muitos anos na convivência com seus mestres e amigos. As cores do local e os sons dos mantras budistas lhe proporcionavam momentos raros de elevação espiritual o que lhe serviu de base para o seu longo aprendizado religioso e pessoal. Aprendizado esse que foi repassado na sua academia familiar àqueles que o procuravam quando retornou ao Brasil.
Vitor não ficou muito tempo entre nós, faleceu de leucemia pouco depois, mas ficou imortalizado na alma de quem, de uma certa forma, compreendeu sua simplicidade de ser e, principalmente, a sua maneira de estar no mundo sem se apegar a ele como naquele ritual milenar em que monges principiantes pintam uma mandala com areias coloridas para, em seguida, desmanchá-la com um simples sopro.
A vida humana é apenas um sopro diante da eternidade, seria essa a mensagem? 


Fonte: http://vanuzapantaleao.blogspot.com.br/2011/08/vocacao-e-voz-interior-vitor-binot.html

2 comentários:

  1. Grande Monsieur Vitor Binot! Um dos fundadores da ABPY no começo da década de 1970, junto com outros grandes nomes do Yoga no Brasil. Uma excelente referência de integridade no mundo do Yoga! Benção Mestre!

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    1. Honra e gratidão pelo seu comentário, Fernando Barreira Sanchez. Namastê!

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