terça-feira, 28 de abril de 2015

A beleza do efêmero, Bia Hain




A nuvem que caminha ao lado do sol até se esvair completamente.

A borracha que apaga pacientemente os erros impensados do lápis.
O açúcar, que diluído em café, torna-se transparente e deixa seu rastro doce.
A melodia que acompanha a letra e vira música para ouvidos alheios.
A chuva que cai e some na terra para virar alimento.
O beijo de despedida que se transforma em vaga lembrança.
Bolha se sabão, linda, leve e graciosa, que estoura sozinha e vira nada. 
A onda do mar que ora vem brava, ora vem mansa, mas sempre morre obedientemente na beira da praia.
A poeira da estrada que, quando um carro passa, levanta, faz a maior festa, mas fica para trás...
Talvez eu seja assim, a beleza do efêmero. Só se percebe quando já se foi.
Bia Hain

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