domingo, 3 de setembro de 2017

Amor Silencioso, Mirna Grzich

Art by Arlena Willow 

Nem todas as pessoas conseguem transformar o amor de sentimento em gesto. O amor puramente subjetivo, aquele que é apenas sentimento, aparenta ser, fazer ou merecer pouco, embora vibre muito. É uma forma aparentemente passiva de amar.

Aquele silêncio, por exemplo, em casa, com a mulher, ou marido, com o pai ou a mãe. Aquele silêncio machuca quem nos esperava alegres e falantes, contando as batalhas e peripécias da vida. No entanto, cheios de coisas para contar, nada sai da nossa garganta... Ou uns poucos “sins” e “nãos”, frases sintéticas e um ar irritado, com pressa para acabar o assunto. Talvez aquele silêncio pudesse ser traduzido assim:
- Minha mulher, ou meu marido, ou minha amante, ou minha amada, ou minha namorada, ou minha mãe, ou meu pai, ou meu avô, eu te amo tanto que posso entregar meu cansaço, meu silêncio, minha necessidade de ficar um pouco calado, de nada contar, não falar, não ser solicitado. Eu estou aqui a seu lado como quem pede socorro em silêncio, na suposição e esperança de que aqui ninguém me exija ser brilhante, bom, perfeito. Eu homenageio você e seu amor com meu silêncio, e até com meu cansaço e egoísmo, porque sei que você saberá entendê-los”.

É bom poder silenciar junto, sem medo, sem insegurança de que a falta de palavras sugira que algo está errado. Pelo menos 50% dos problemas e sentimentos de rejeição derivam da tradução equivocada de atitudes que parecem expressar indiferença ou desamor.

Nos sentimos autorizados a ser chatos, cansados, entediados, silenciosos e egoístas para que o parceiro/a ou parente ou amigo tenha a certeza de que nos sentimos amados por ele e o amamos. Com quem nos ama ficamos à vontade para exercer nossos impulsos menores, desprezíveis ou primários.

Outro dia tive o privilégio de assistir à conversa de quatro homens brilhantes em suas respectivas profissões e amores. Eles esqueceram que eu estava ali e começaram a abrir seus corações. Todos eles, veteranos de vários casamentos, foram unânimes em dizer que nós mulheres nunca entendemos quando eles querem ficar sozinhos ou “na deles”, passando a considerar que o problema é com a relação. Se o homem chega em casa, afrouxa a gravata e precisa de um tempo de despressurização para separar trabalho, casa, ele próprio e ele marido, já ficamos enlouquecidas para contar o nosso dia, ouvir o dele, saber isso e aquilo. Tudo isso num ritmo frenético e absolutamente feminino, que só faz sentido para nós.

Respire fundo, chame seu anjo para ajudar você a olhar a vida com esse novo enfoque, aprendendo a respeitar e a compreender os espaços que as pessoas necessitam.

É preciso enorme compaixão e incomensurável carinho pelos que nos doam o seu amor através da esperança de que sejamos suficientemente fortes para receber e aceitar o seu silêncio, o seu cansaço, o seu tédio.
Peça a seu anjo que lhe dê sinais, que abrande sua ansiedade. Faça as meditações, sinta-se conectado com seu anjo para ter a grandeza da percepção maior, para ampliar sua maneira de amar.

A vida compartilhada com seu anjo fica mais leve, mais fácil de levar. Esse seu amigo inseparável e incansável, está aí ao seu lado, para que vocês juntem forças para entender as formas de amor que existem.

É arriscado, mas só assim é possível viver.

Um poema sobre riscos, de autor desconhecido:

“ Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu Eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer.
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada.
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Elas podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver.
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Elas abriram mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre.
O filósofo Soren Kiekegaard diz clara e simplesmente:
Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida.” 


AMOR SILENCIOSO
Artigo extraído da revista ANJOS
Por Mirna Grzich


 Referência em música, bem-estar, qualidade de vida, consciência e transformação na cultura, jornalista visionária, comunicadora e terapeuta, Mirna Grzich iniciou-se em múltiplas tradições espirituais com mestres e pesquisadores como Rajneesh/Osho, Krishnamurti, Mestre Agenor e Chagdud Tulku Rimpoche, Fritjof Capra, Deepak Chopra, Brian Weiss e o Dalai Lama.

Criou o Programa Música da Nova Era, a Coleção Anjos, a Revista Meditação, e a Coleção Quem é Você com 16 CDs -- um verdadeiro mapa de autoconhecimento e de música -- disponível agora completa, em belíssima edição para colecionadores. Atualmente, oferece palestras e workshops. 

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